Escreveu um poema
Ele: cavalheiro, como todos. Rosto invisível, ausente, fazia charme – marcante, o jeito seu. Nos ares da cidade, cheia de cinza e vazia de gente, peito pulsante por um sorriso. Ela: princesa no sentido parcial do termo. Abandonada pelo mundo, emaranhada em falas e bocas e olhares e línguas e cheiros e toques. Aquecida acolhida encolhida nele encontrou. Trocaram palavras muitas: não comerciavam, não escambavam; amavam.
Em seu coração: espinho (falante). Palavras vis e intentos pueris de trajar e andar e viver.
Moços: feridos. Dor desigual. Corações: fora do lugar, despetalados.
Partida: ela, com coragem, sob a chuva. Refletida onde já ele não via; entretido noutro pulso. Ele: novo, nova acolhida encolhida; fria; úmida. Igual? Não há (como) saber. Respiração: agitada. Aventura, a nova. Gritou, ardeu, odiou, finalizou: vida, presenteie-me com amor!
Sem direito a exposição, modulação, recapitulação, a sonata ficou demasiado sonora e pouco musical.
Rosto bonito: fim trágico: justo, o mais.
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