Estou de volta no bonde Maiakovski, crendo que sem forma, etc. Quero dizer, nunca engoli esse papo do pessoal de ficção de gênero [genre fiction] de que inovar o conteúdo, o assunto, é um vanguardismo. Primeiramente porque os vanguardistas não fizeram isso, senão estipularam procedimentos artísticos, métodos, maneiras, modos de fazer, fosse essa arte efetivamente feita ou não. Quero dizer, é preciso tratar o tema com uma apresentação à altura de sua ousadia – sem isso fica impossível respeitar qualquer esforço (os fatos me corroboram). Segundamente porque os vanguardistas estavam certos, é no procedimento – primo próximo da forma – que se encontra seguramente o novo (por vezes tomado do velho, mas sempre diferente deste de alguma maneira). Se inovando na forma rapidamente esbarramos nos limites das artes, ainda persistimos buscando os horizontes da Arte. Sem a tradução (transcriação?) da inovação procedimental em inovação formal conforme operada pelas vanguardas (n.b. pré- e pós-guerra) não teríamos o sentimento (e o sentido) do novo em arte. Não inventaríamos. Contudo, inventar é o mote (e a glosa).
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