Beleza é uma contingência natural e um fruto de estabilizações culturais capaz de render a um sujeito contemporâneo fama.
Fama é um recurso contemporâneo capaz de render a um sujeito poder. O poder hoje não se dá primariamente pela via monetária, pecuniária (todavia permanece econômico), ele se dá na base da fama: alcance virtual-real sociocultural que um sujeito contemporâneo possui. Esse alcance é fundamental para obter certos resultados e atingir certos objetivos hoje – ou pelo menos é um facilitador extremo.
A fama, contudo, passa por convenções de sociabilidade e vivência, ou algo que assim podemos denominar. Essas convenções são formas de vida ou modos de viver que passam pela fama – alimentam-se dela, giram em torno dela e a produzem.
Assim, a verdade do sujeito contemporâneo é um círculo lógico (lato sensu) centrado na fama, onde esta passa a ser o sustentáculo sociocultural das vivências e das convenções desse sujeito.
Porém, para que a fama se sustente, ela demanda estultícia, pois necessita da estreiteza das formas de vida, as quais devem crer só haver um jeito, um modo de viver, um único caminho para a existência.
Deste modo, a fama e a beleza operam o círculo lógico da estultícia, cerceando as formas de vida e esvaziando de sentido qualquer noção minimamente oposta ou diferente delas, desaparecem quaisquer noções de tragédia da vida ou de (busca pela) realização do ser.
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