126. Quando comecei a escrever não tinha pretensões, com o tempo surgiram e agigantaram. Desejei, talvez ainda deseje, escrever e inscrever uma mitologia tão forte, tão marcante, tão intensa, potente, soberana como a narrativa crística. A infindável soberania do texto neotestamentário, eu a quero para mim. Há momentos ali que sempre me põem lágrimas nos olhos. Como compreender isso? Parece que não consigo ser cristão, é como se entre meus olhos e o texto se interpusesse uma distância infinita.
127. Talvez minhas posições sejam elaboradas demais para serem compreendidas pela mente vulgar e simplório das maiorias. Sempre sair polêmico, apontado pelos dedos, poderia ser sinal ruim se eu fosse um idiota qualquer, não sendo o caso, é bom presságio, evidência da potência do que digo, da verdade, pelo incômodo sentido.
128. Eu odeio designers. É óbvio que um pouco do desprezo vem da minha péssima experiência com o pessoal do curso, mas não só. Eles desrespeitam a arte e mesmo o objeto, são lixo orgânico. Óbvio que a ética do estudante médio de design é horrível, mas também o absoluto desrespeito pela coisa, pelo objeto.
129. Quando vi o vídeo de um youtuber pedindo sua garota em namoro e percebi que havia ali um cameraman, eu me dei conta da grotesca aberração diante de meus olhos e ouvidos. Não vou entrar no mérito dos youtubers serem uns riquinhos de merda, foquemos na questão central. Um sujeito calado, pago, para ser o olho do mundo acompanhando uma situação tão peculiar, tão íntima... O que aconteceu com o amigo? Um bom amigo ajudaria no processo, presenciaria, então passaria a palavra adiante, relatando a experiência – essas coisas eram transmitidas quase como os mistérios eleusinos. Agora isso!
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