A esperança é um dom
Que eu tenho em mim, eu tenho sim
Letra de Sonhos, de Peninha, na voz de Caetano Veloso.
Cachorro todo negro uivando pra Lua, só lábios e dentes, unhas e patas. É preciso ter orelha de casaco, aquecer palavras em forno de macarrão. Parede de caramujo por dentro: estrada para oito foras em caminho de gosma branda. Insetos de três metros feitos de órgãos e um quarto servem jantar na superfície do planeta escuro. Vermelho tem gosto de colcha de cama em dia de domingo. Como se confessam as borboletas com pontas de asas verdes? Deus escuta os clamores das réguas de bilhar. Dois reais e quarenta e sêmola. Cinco janelas de cactos: carro afundado em lago congelando. Um grampo de roupas preso no varal sem língua, chinela velha de iogurte, nem bem colher de lavagem a seco, paletó e gravata, tampa semiaberta pro carrossel. Tuba no circuito dos soldados. Por que as ilhas escondem os anjos canibais? Carne de pombo amarelo, pescoço de colchão, chapéu de bebê lagartixa. Há trinta e sete ventos no subsolo do ventre do urubu. Quem lamberá o painel de verdades futuras? Choverá ontem. Nenhum clima político no barro do céu em fim de tarde. Até pegar grama na voz; passarinhar o galho das ideias. Encontrar-se, quem poderá? Neva-se no barbeiro da esquina. Como jogar joelho com futebois tortos? Desinfle a árvore do mundo. Mãe é nutrição. Nem montanha faz introdução. Fecha esse filme, não resta esperança para as cascas da imagem a contragosto. Que salgar tem a tarde quando se reflete nas asas da garça em pleno voo? O vidro do peixe escorregando pela fralda suja da mansão. Cole meleca debaixo da mesa do sublime. Onze é quatro, homem com hexágono braços e uma quantidade total de azul pernas. Barba de rezar terço; azulejo amarelo de experiência da lira; sofreguidão brilha em um frasco de xarope avesso ao alcance do toque.
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