164. Essa retomada do corpo, da performance, e afins, não passa de uma conjunção do desejo de um futuro que nos foi roubado pelo kapital e da saudade da presença, do evento, messianicamente definido e estimulado. Por um lado é falso, porque não teremos salvação se não a fizermos nós mesmos, não há "outro", magicamente diferente até os ossos, capaz de nos tirar da infinita devoração de Qi/Chi/Ki; por outro lado, é também falso, porque o projeto messiânico é o projeto de nossa devoração de Qi/Chi/Ki, de nossa subjugação e destruição, e isso é igual a humanismo, é igual a antropocentrismo, é igual a pós- e trans-humanismo.
165. Há coisas que sempre serão iguais. Simplesmente são assim, não mudar é sua mudança. Recusar-se. A terra, por exemplo. Outro exemplo? A poesia, essa sempre permanecerá a indefinição de si mesma. Verdadeiro não.
166. Como não existe "Eu absoluto", não existe "não-eu".
167. Outro mundo é sempre este mundo. Só muda como vivemos.
168. É preciso cortar. Não sei bem o que, mas é. Uma urgência de corte demanda um corte de urgência.
169. Encarei a tela branca desta entrada por quase dez minutos. Não sei o que escrever. Por que a escrita se nos esvai? O que há quando a musa se ausenta?
170. ∅
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