1. Hipótese: as pessoas se contentam com música medíocre porque têm emoções medíocres. Daí qualquer verso idiota servir para expressar "as mais profundas emoções", qualquer trocadilho medíocre, duas rimas simples, põem a nu "o (novo) amor da (minha) vida" (amor renovado a cada trimestre, vale dizer, quando não a cada balada). Há patente esforço em esvaziar a experiência interior (sempre parcialmente fracassado) e reduzir a experiência exterior à pura superfície. Há uma confusão infeliz difundida, enraizando-se mais a cada dia, entre positivo (otimista) e alegre (eufórico, hedonista) – traço óbvio do abandono da ética (moral) em favor da "ética" (mera descrição). Eu não lido com estética porque não me meto com essa babaquice filosófica, nem com o que está posto hoje (Lipovetsky, Baudrillard, boas análises, inclusive).
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