quinta-feira, 3 de outubro de 2019

XXX [O.B.]

Ao coração que sofre, separado do teu, no exílio em que a chorar me vejo, não basta o afeto simples e sagrado com que das desventuras me protejo. Não me basta saber que sou amado, nem só desejo o teu amor: desejo ter nos braços teu corpo delicado, ter na boca a doçura de teu beijo. E as justas ambições que me consomem não me envergonham: pois maior baixeza não há que a terra pelo céu trocar; e mais eleva o coração de um homem ser de homem sempre e, na maior pureza, ficar na terra e humanamente amar.