sábado, 23 de setembro de 2017

Diário - 2017/06/22

146. O grande problema dessa geração de hoje é achar que há posse. Especialmente posse do próprio corpo – se assim fosse, não se poderia perdê-lo. "Ah, mas também se pode perder as instituições", sim, não são nossas, nunca disse que eram. Mas a moral, esta é sempre nossa.

147. Quando dizem que a "cultura europeia" é um mal, um fator limitante, quando cortam a maior herança que temos, suicidam-se. Quando confundem o ter com o ser, especialmente ao falar do corpo ("não temos um corpo, somos um corpo"), estão errando profundamente.

148. A monogamia é uma evolução moral.

149. Outro erro medonho desta geração é a crença de que em algum momento a tradição quis esgotar as coisas – as teorias, as filosofias, as ideias, os projetos, etc.; isso é muito burro. Todo mundo sabe que, também, esse desejo do infinito deles é idiota.

150. Quando choram pelo fim das culturas autóctones, estão chorando por nada. E quando clamam que as tradições ressurgem, erram novamente. Elas morrem e devem morrer. E tudo isso deve acabar. Só o que é verdadeiramente eterno durará; não eterno, mas duradouro. Há evanescência e ela deve agir.

151. Eu não quero um poema assim como você me diz dever ser.

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