terça-feira, 3 de abril de 2018

Diário - 2018/03/07

191. Ainda não se tem muita clareza, mas é preciso separar o dogma do axioma, pois não são sequer parecidos. Algo que vira e mexe emerge no pensamento contemporâneo é levar em conta as consequências como porção definidora junto dos outros fatores, das outras porções. Talvez por axiomas gerarem ciência e dogmas gerarem falência haja uma separação, ou pelo menos seu embrião.

192. Falta-nos, enquanto instituição, rigor alemão. Não é para eliminar o pensamento molenga dos franceses, muito útil, eu adoro, mas é para nos protegermos, nos blindarmos de acusações contemporâneas.

193. Durante a aula, convidados a falarmos de nós mesmos, de alguma peculiaridade nossa, a primeira garota a abrir a boca só emitiu pontos externos, de validação social: "ai, sei lá, eu sou esquerdista, feminista, sei lá". O que houve para a extinção da experiência interior? Talvez daí, em parte, a famosa profetização da decadência e fim da literatura. Pois há o fim da vida íntima. Empty shells. São carcaças vazias para essas bandeiras.

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