segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Sobre o uso do diálogo na ficção em prosa
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Se…
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Dica de escrita
- Criatividade: capacidade de criar ideias.
- Imaginação: capacidade de tornar as ideias criadas imagens concretas.
- Habilidades:
- Dramática: pensamentos, falas e ações de personagens.
- Narrativa: organização de informações em estruturas significativas.
- Linguística: apresentação elaborada das duas habilidades anteriores através de mobilizações dos recursos disponibilizados pela(s) língua(s).
- Mestria: sensibilidade e bom-gosto aliados ao estudo e à análise dos grandes de ontem e hoje de modo a conceber uma obra capaz de fascinar, encantar, entreter, deleitar e envolver.
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
XXX [O.B.]
domingo, 29 de setembro de 2019
Dica de escrita
Erro comum de escritores iniciantes: abrir o documento de redação de textos e esperar a inspiração aparecer para começar a digitar. Não espanta que muitos travem ao olhar para a página em branco, paralisados por não saberem o que fazer.
Trabalho criativo não é uma linha de montagem em que toda produção segue sempre as mesmas etapas. Escrever é um processo criativo tortuoso, muito longe de qualquer processo linear. Ganhamos a confiança necessária apenas na revisão, sentimos nesse momento que tudo irá se arrumar.
- Pesquisemos o tema, as ideias aparecerão mais fácil na hora de escrever.
- Deixemos tempo às ideias para convergirem no ângulo único que as abordaremos, isso enriquecerá o texto, tornando-o atraente.
- Estruturemos o texto antes mesmo de digitarmos a primeira letra, dando-nos um mapa para quando nos sentirmos perdidos.
- Evitemos o julgamento ao escrever o primeiro rascunho, pois sabemos que será péssimo – percamos a ilusão da perfeição instantânea. Apenas escrevamos.
- Descansemos (d)o rascunho antes de revisá-lo. Com a mente fresca, noutro momento, garantiremos revisão cirúrgica, corrigindo erros bobos.
O último passo é decidir quando abriremos as portas para revelar ao mundo nossos textos. Não existe momento perfeito. Mas uma coisa é certa: o maior arrependimento não é publicar um texto e falhar. O maior arrependimento é não ter coragem para compartilhar nossas ideias com o mundo.
sábado, 28 de setembro de 2019
Dica de escrita
- Descreva-se em três adjetivos.
- Pergunte-se (e responda-se!) o seguinte: é assim que eu falo?
- Imagine seu leitor ideal. Detalhe bem como é esse leitor. Então, escreva para esse leitor e somente para ele.
- Liste cinco livros, contos, crônicas, sites, blogues, enfim, textos que você gosta de ler. Dispense algum tempo analisando essa lista. Em que os cinco são parecidos? Como diferem entre si? Qual aspecto da maneira como são escritos chama sua atenção? Você aspira a escrever como esses cinco textos elencados?
- Liste suas influências culturais e artísticas. Você as utiliza em sua escrita ou tenta evitá-las?
- Pergunte a outras pessoas por sua voz, por seu timbre. Anote as respostas recebidas.
- Escreva livremente. Apenas endoide, enlouqueça, sem freios. Esteja confortável nesse momento e apenas escreva. Ao final, distancie-se um pouco, então volte e leia tudo que escreveu a fim de perguntar-se: eu publico ou pretendo publicar algo assim?
- Leia algo que você escreveu recentemente e pergunte-se: eu leria algo (escrito) assim? Em caso negativo, você deve aprimorar seu timbre, sua dicção, sua voz.
- Pergunte-se: eu aprecio/gosto/me divirto enquanto escrevo? Se está difícil, se parece trabalho(so), então provavelmente você não está escrevendo de maneira autêntica. (Note bem: nem todo escritor gosta do ato de escrita, mas é uma pergunta valiosa para a maioria de nós.)
- Preste atenção à sua sensação perante a publicação. Nervosismo? Medo? Ansiedade? Ótimo! Você está indo bem, esse é o caminho. Se você estiver afogando-se em calma, algo está errado, você não está se arriscando, não está vulnerável, não está se escrevendo. Escreva algo perigoso, escreva você. O medo é bom, faz com que você queira escrever algo que importa.
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Dica de escrita
- Narração
- Tempo-modo verbal predominante: pretérito perfeito (e mais-que-perfeito) do indicativo.
- Descrição
- Tempo-modo verbal predominante: presente e pretérito imperfeito do indicativo.
- Dissertação (exposição + argumentação)
- Exposição
- Tempo-modo verbal predominante: infinitivo e tempo-modos intemporais, ocasionalmente pretérito imperfeito do indicativo (quando descrevendo processos).
- Argumentação
- Tempo-modo verbal predominante: presente do indicativo.
- Injunção
- Tempo-modo verbal predominante: imperativos (afirmativo e negativo), ocasionalmente infinitivo e futuro do presente do indicativo.
terça-feira, 24 de setembro de 2019
Vácuo [reescrito]
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Numa noite qualquer [reescrito]
Foi numa tarde qualquer. Não faz muito tempo, tenho certeza. O escritório estava cheio. Lia o jornal, na confortável poltrona, observando, sorrateiro, a porta. Ayira fechou as persianas após servir-nos um bom café. Mirela, sentada no sofá, observando a estante – recheada de livros – enquanto degustava a bebida negra. Meus olhos fecharam-se pesados.
Meus olhos abriram vagarosos. Mirela adentrava a sala com proposta de novo caso. Pus-me de pé sem hesitar – senti meu corpo extremamente pesado – toda minha movimentação continuava indiferente a tudo que vivera até ali. Corremos para o cemitério e lá estavam os dois, diante da mesma lápide, sob a mesma chuva – recapitulação de novela. Odeio repetir o passado.
Trata-se de quando encontrei Ayira. Vagava solitário pelo cemitério buscando alguma conversa para a noite sem fim. Encontrei-a assim. Dezessete anos, ajoelhada, chorava tanto que a chuva sumia sob as lágrimas. Sem esforço desci a destra pouco abaixo de minha cintura, pouco inclinada, cobrindo a garota com meu guarda-chuva. Tão jovem, tão bela… Virou-se para mim, ergueu-se e abraçou-me, banhando-nos a ambos na fria água derramada dos céus. Correspondi. Nossa cumplicidade, assim nascida, não conhece limites. Voltei para meu apartamento com ela, convidei-a para um banho quente a fim de recuperar-lhe a saúde e ofereci um roupão. Meu primeiro erro.
A chuva torrencial recordava aquela cena triste. Eu vi a tristeza gritando do fundo daquela alma, rugindo contra a própria vida. Seus tão amados transmutados em monstruosidades, aberrações vingativas. Eu realmente não sei se deveria me importar com isso. Eu os matei. Ela insistiu, meteu-se em meu caminho, recebeu um corte no braço, nada para preocupações. Vislumbrou seus pais mortos por minhas mãos. Permaneço incapaz de imaginar sua dor. Milena salvou-me da angustiada fúria da jovem cúmplice.
Minha consciência me atacou constantemente naquela fria noite. Sentamo-nos em minha cama, Ayira apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto eu apreciava um bom vinho. Nunca me esqueci da pergunta… Aquela porcaria ainda martela meu crânio. Quiçá martelará para sempre. Por que ela desejava tanto? Tinha de ser assim? Eu nunca desejei a eternidade, mas, naquele exato momento, eu adoraria que a vida durasse para sempre.
Estarrecido, paralisei. Ayira correu – desapareceu no horizonte de nossos olhares. Chorava tanto quanto ou mais que no primeiro encontro. Viver o suficiente torna-se sombrio além de toda luz. Voltamos para o escritório, eu e Milena. O escritório quedou-se silente. Silêncio tão grave e sufocante que mal pude sentar. Noite após noite buscamo-la, encontrando apenas vítimas de sua loucura, todas drenadas do fluido carmesim pelos pequenos furos no pescoço. Eu não sabia o que fazer. Eu nunca soube. Jamais imaginei que isso aconteceria. Evitava pensar que repetiria o erro de Lochech. Eu realmente teria de matá-la?
Na mesma semana já me servia seu ótimo café, afirmava ter aprendido com a mãe. Sempre sorridente, estudava à tarde. Morava comigo, pela falta de casa e tutela. Nunca fui bom exemplo. Concedida a vida eterna, eu não havia de ser bom tutor devorando a essência pulsante dos corações na densa noite. Lochech fez-me assim, não gostaria de ver minha jovem companheira também uma criatura das trevas. Mas assim foi, ao revés do meu querer. Lochech apareceu numa noite de neve e ventanias, sequestrou Ayira e a manteve em cativeiro na igreja em que fizemos nossa única… Festa? Serei honesto. Foi um banho de sangue. Ele feriu mortalmente o objeto de minha afeição. Sem opções à minha disposição, fi-la sorrir através das lágrimas. Tornamo-nos iguais. Dois demônios santificados, filhos da mesma treva. Não! Somos melhores que ele! Não fazemos vítimas como ele nos fez!
Uma floresta cerca parte da igreja. Encontramo-nos. Ayira, dominada pelos inumanos instintos, gargalhava de meu esforço por proteger os humanos. Mal se dava conta, tola. Minha fraqueza trouxe-a até aqui. Lutamos. Ela matou Milena sem hesitar. Deu cabo do corpo facilmente. Absorveu suas capacidades – aprendeu bem nas silenciosas noites de caçada àqueles que não podem viver na superfície. Todavia, no ramo há mais tempo, sei como se faz um assassinato perfeito. Atravessei seu torso com minha espada de prata. Um último espirro de sangue e…
Arregalei os olhos. Suava profusamente. Dormi em minha confortável poltrona, enquanto Ayira perscrutava-me com seus olhos curiosos e sua beleza juvenil eternizada. Milena já havia ido embora há muito. Dia tranquilo. Tão tranquilo que adormeci sem perceber. Tomei um bom banho. Ela também. Deitamos nossas carnes imortais lado a lado. Encaramo-nos demoradamente. Proferiu a mesma questão da primeira vez. Diferentemente àquele fatídico encontro, teve por resposta o que gostaria de ter escutado cinco meses antes.
domingo, 22 de setembro de 2019
Sobre um momento peculiar no passado
Acaso trarei reescritas de textos lá publicados. Aguardemos o que o futuro reserva.
sábado, 21 de setembro de 2019
Dica de escrita
sexta-feira, 20 de setembro de 2019
Dica de escrita de George Orwell
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Dica de escrita
- Total de palavras por dia de trabalho
- Metas de curto prazo
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Dica de escrita
- Decidamos (sobre) o que escrevemos
- Tenhamos uma meta de produtividade diária
- Determinemos um horário diário para o trabalho
- Escrevamos no mesmo local todo dia de trabalho
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Dica de escrita
- Qualidade
- Dicção e estilo
- Estrutura
- Descrição
- Tema
- Detalhes
- Seguir o planejamento à risca
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
Um diálogo sobre a morte entre dois amigos, um desesperado e outro não
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
Mais palavras a um amigo desesperado com a ideia da morte
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Palavras a um amigo que me questionou sobre a morte
Dica de escrita
- J. K. Rowling teve seu manuscrito de Harry Potter negado por 12 editoras.
- Carrie, a estranha, de Stephen King, foi rejeitado 30 vezes.
- Mesmo um livro fraco, porém de sucesso, como Crepúsculo, foi rejeitado por 15 agências literárias.
- O (hoje) grande Lolita, de Nabokov, foi rejeitado por 26 editoras (as quais o publicaram depois de um editor francês ousado ter feito sucesso com a publicação).
- … E o vento levou, de Margaret Mitchell, foi rejeitado 38 vezes.
- William Saroyan tinha uma pilha de 76 centímetros de altura de rejeições (cerca de 6000 rejeições)!
terça-feira, 10 de setembro de 2019
Dica de escrita
domingo, 8 de setembro de 2019
Dica de escrita de Bernard Malamud
sábado, 7 de setembro de 2019
Dica de escrita de Ernest Hemingway
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
Dica de escrita de George Orwell
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Dica de escrita
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
Dica de escrita
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
Dez sugestões para descolonizar o inconsciente, de Suely Rolnik, minimamente manipulado por Igor S. Livramento
Dica de escrita
sábado, 24 de agosto de 2019
A-B
Pequeno comentário sobre 13 Reasons Why / Os Treze Porquês, seguido de Adendo e Por que personagens?
Os ouvidos têm paredes / the ears have walls
Yo tengo una pregunta sobre tentación
“Mas é assim que é!” ← seria simplesmente bradar o vazio, uma crença sustentada numa mera palavra sem autor, quer dizer, sem autoridade. Há formas d’Ele ser (infinitamente) bom e justo e nos ensinar pelo nosso erro sem necessidade de punição eterna, como de fato é, ao contrário do muito divulgado.
O perdão é uma das Suas qualidades por excelência, portanto há o reencarne, pois esse é um ato de amor e perdão e bondade, dando nova chance ao renitente, posto a bondade também é paciente e compreensiva.
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Gravidade do exílio, de Assad Abdi [retraduzido]
Tu partes ao quinto círculo de exílio, onde a gravidade aprendeu a lidar consigo. O nome não mais te puxa para baixo. Tu derramas o passado; tu o cortas de tua pele e flutuas interminavelmente, encantado pelo tempo leve. Gravidade é um estado de ser, um reflexo da adoentada visão de alguém. Cativante é a sensação de não mais estar preso ao chão. O vento transporta-te acima das terras nas quais a história dorme escutando seus próprios mitos. Um estado de euforia engolfa teu corpo. O âmago da perfeição: onde o coração ama não um senão todos; onde tudo é uma terra estrangeira sob teus pés; onde tu pertences a todos e nenhum.
Contentamento além do querer. Tu cresces em teu mundo, não mais um andarilho. Tu abarcas o momento pelo momento e apenas por um momento. Tu agarras o outro pelo outro, não por ti mesmo. A língua manifesta a si mesma como um instrumento para tua alma tocar corações onde quer que tu alcances. Contradições de si mesmo tornam-se muitas notas soando em harmonia. Não mais o sonho; o sonho torna-se tu. Tu deixas partir. Deixas. A mente em paz com seus fragmentos, não mais uma parede sufocando suas estruturas. Não mais bordas cortando o corpo em metades diferentes. Desapego de um e de todos. O exílio torna-se uma escolha, não um estado obrigatório.