segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E não paro com a poesia

Este poema será pequeno, prometo. Não para sempre, é certo, mas agora ele é ainda pequeno e simples. Quero dar-lhe, sob o primoroso esforço, tema e forma, talvez mais forma que tema, pois já o tenho um assunto, uma narrativa memorialista, com os tons que a poesia sempre dá às memórias puídas e enevoadas. Aí segue, simples como o concebi em poucos minutos, qual o último, falta-lhe título, servindo, para isso, o primeiro verso.

Numa cátedra estavas tu sentada,

Dentro de nossa igreja. Para cada
Palavra que o bom padre nos dizia,
Lá fora um estrondoso trovão exclamava.
Era das nossas mansas tardes frias
Em que o tempo, parece-nos, ruía.
Apática, no chão tu te perdias
A ver sonhos, delírios, admirada.

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