terça-feira, 21 de outubro de 2014

Infindável arte

Mais uma vez estou eu versando, ou pensando que posso versar. Disseram-me, certa feita, que eu fazia prosa em verso; se assim o é, então venho cá prosear mais uma vez. Estes humildes versos foram feitos sob o signo de uma alternância rítmica, ainda que sejam todos decassílabos revezam o andamento simulando o vaivém marítimo. O tema veio de improviso, saiu assinalado pela variação sonora muito mais que pelo sentido. Afinal, é preciso exercitar a técnica compositiva antes de me arremessar à prática profissional, ao gosto elevado. Se não estiver muito explicado fica já dito que era essa a sincera intenção. Para benefício da sonoridade arrisquei-me a rimar. Espero que se agradem destes meus poucos e humildes - não menos laboriosos e honrados, portanto - versos.

Querer-me saber no ondear vazio,
Vaguear sem jeito. A ti desvanece
O claro luar, a mim faz fastio.
Moribunda, minha mente esmorece
E em transporte leva ao mundo enfermiço,
Planeta de verde tintura, sombra
Irreal, maldita sombra, maciço
Disforme e sem nome que a mim assombra!

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